Desejo a todos os amigos do “ParadoXos”, um Natal nutritivo, temperado com Amor, saúde, paz, e sobretudo, 360 graus de Poesia!
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
domingo, 22 de dezembro de 2013
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
sábado, 14 de dezembro de 2013
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
sábado, 30 de novembro de 2013
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
sábado, 23 de novembro de 2013
palavras de vida à queima-roupa.
Vamos rualizar a poesia,
tomar de assalto a boca da cidade,
beijar os seus lábiosrintos porque o sonho,
mesmo perdido em becos sem saída,
muda o endereço do vento.
Porque há ruas que morrem em silêncio
abandonadamente esquecidas na brancura das paredes.
abandonadamente esquecidas na brancura das paredes.
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
sábado, 9 de novembro de 2013
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
terça-feira, 22 de outubro de 2013
sábado, 5 de outubro de 2013
domingo, 29 de setembro de 2013
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
sábado, 14 de setembro de 2013
sábado, 7 de setembro de 2013
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
terça-feira, 27 de agosto de 2013
domingo, 18 de agosto de 2013
domingo, 11 de agosto de 2013
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
sexta-feira, 19 de julho de 2013
segunda-feira, 15 de julho de 2013
terça-feira, 2 de julho de 2013
Eternidade provisória
Cansado de inventar silêncios na boca dos outros, pegou na vassoura. Varreu os pensamentos fora da validade. Esfregou as manchas de insónia, cor de sol, coladas à página onde dormira. Abriu as janelas na ânsia de se arejar por dentro. Lá fora, ruídos. Motores à velocidade de engarrafamento. Dirige-se para o quarto, a fim de verificar se ela ainda estava deitada. Fotografou, do percurso, os passos que foi largando. Ao chegar, reparou que continuava deitada… a espreguiçar restos de sono por entre os lençóis.
Soergue-se, tentando afastar o sono do rosto com as mãos, dizendo: “Se conseguires fotografar a minha ausência, deixa os fragmentos deste amor no cesto da roupa suja. Quero libertar-me dos anos em que escondi as palavras debaixo da língua por medo de algumas verdades – ter coragem para ler o teu fado em voz alta, sem receio de deixar cair as cordas vocais pela garganta adentro. Sim, hei-de vestir-me de novo, limpa e lavada da cabeça aos sentimentos, nem que seja à força de tanto esperar. Tal como ontem, voltei a estar ausente enquanto fazíamos do amor um palco de diversão. Porque, acredita, a distância é a maior proximidade que tenho de ti.”
Aquela revelação atingiu-o de forma abrupta. Demorou alguns segundos até recuperar o fôlego. Sem saber exactamente o que responder, num tom desengonçado mas determinado: “Vai! Pega nas tuas coisas e desaparece de uma vez por todas! Não vou regatear nem mais um beijo! Os que te dei, alguém tos há-de roubar. E quando um dia te lembrares de olhar para trás, verás que os melhores parágrafos da tua existência foram escritos por mim. De que te servirá, frente ao espelho, tentar preencher a lápis um olhar vazio? Não me apetece fotografar a tua ausência. Fazer de conta que o passado não foi mais do que rascunhos interrompidos por falta de inspiração. Sabes, amor, não me importo de repetir versões diferentes do mesmo erro desde que a última versão me traga a bússola que me conduza a um amor de verdade. Este é apenas uma tentativa. Tem calma!”
“Tem calma?! Desde quando a última versão traz mais verdade?” Descalçou o tapete por baixo dos pés. Afastou-se. Andou de um lado para o outro, parecia querer fintar o tempo com passos sem direcção. Por fim, tombou o corpo sobre a cama como se fosse uma mala carregada de cansaços. Voltou à carga:
“Muda de página, homem, muda! Às vezes sinto-me inocente apesar de todas as ilusões provarem o contrário. Distribuo a saudade por toda a casa. Nas gavetas da cómoda, nos retratos que enfeitam as paredes, nas toalhas, nos pires e nas chávenas penduradas nas prateleiras. Por todo o lado. Ouviste? Por todo o lado! Até mesmo aqui. Porque quando te chamo, dos teus braços apenas recebo um abraço eternamente devedor. Portanto, não contes comigo para encobrir os teus lapsos de imaginação. Faz o que quiseres, não me dês poesia para curar o silêncio. Há sons que nada podem em certos dias. Apetece-me qualquer coisa além de nós. Quem sabe não haverá uma eternidade do tamanho dos teus olhos. Hoje é um daqueles dias em que, aconteça o que acontecer, estou disposta a passar a noite em claro, envolta em lençóis de insónia. Podes não acreditar, mas estou inclinada a empanturrar-me de mimos, seja de quem for. Haverá outro modo de atear fôlego à tua respiração sem ser boca a boca? Vá! Responde! Se não tiveres nada a dizer, pelo menos saberei que não fomos feitos um para o outro e muito menos para os outros que partilharam connosco esta mentira. Custa muito dizer isto, mas todo o amor que te dediquei não passou de uma estratégia para me afastar daquilo que já não suportava – a solidão.”
“Sossega… às vezes, também me pedem para manter os pés na terra. É por isso que os mantenho, há anos, assentes no sonho. E, confesso-te, não gosto de ilusões… salvo quando o arrebatamento nelas contido nos ensina o caminho de volta à lucidez. Há muito que me tentei esconder da realidade, na tentativa de ser livre. Deixa-me ser feliz em qualquer lugar, apaga este esboço! Risca-o. Reescreve-o, se necessário for. Mas não te esqueças de voltar ao princípio – é insuportável imaginar que poderei acordar sem ti ao meu lado.”
O conto aproximava-se do fim. Faltavam poucas linhas. Ambos o sabiam: por mais que tentassem adiar a eternidade, nas folhas, ficarão sempre alguns restos de tempo para viver. Vírgulas fora do lugar, frases inconclusivas, parágrafos mal escritos, rasurados e emendados. Na maior parte das vezes, rasurados, amachucados e atirados ao caixote do lixo como rascunhos. Tentativas de ser feliz.
Disfarçadamente, ela saiu do conto pela porta das traseiras. Consta que entrou na realidade. Nunca mais ninguém a viu, nem eu. Ele sorriu à vida em sinal de reconciliação, largou a vassoura, fechou as janelas e nunca mais inventou silêncios na boca de ninguém. Agora inventa beijos para os que não têm tempo para dar, pois enquanto a vida nos convidar a ser felizes, nada, nem este relâmpago eternamente provisório, poderá atingir-nos com um ponto final
domingo, 30 de junho de 2013
sexta-feira, 28 de junho de 2013
sexta-feira, 14 de junho de 2013
domingo, 2 de junho de 2013
sábado, 25 de maio de 2013
domingo, 12 de maio de 2013
segunda-feira, 6 de maio de 2013
terça-feira, 16 de abril de 2013
quinta-feira, 21 de março de 2013
terça-feira, 5 de março de 2013
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Voar à lentidão da luz
Depois ser o barco que te conduz ao fundo do coração
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Hábitos de Ternura
sábado, 9 de fevereiro de 2013
Não contaste a história do homem que transformou os teus olhos em insónia, nem falaste acerca dos poetas que constroem castelos em poemas de areia.
Mas se esta noite não conseguires empurrar o sono para dentro, vou abrir a mão numa página em branco. Contar-te-ei a história de um homem que não sabia escrever poesia e guardava minutos de silêncio em baixo da tua respiração.
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Hábitos de Ternura
sábado, 26 de janeiro de 2013
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Arrasta-me por água abaixo mesmo que seja só a distância que vai da torneira à sede, nada-me por dentro,
oceaniza-me
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Hábitos de Ternura
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Quantos incêndios vais apagar até descobrires que o melhor a fazer é cada um de nós seguir o seu próprio vazio?
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Hábitos de Ternura
sábado, 12 de janeiro de 2013
Não pode haver amor, sem este beijo que se incendeia, que se exalta, e no entanto, baloiça de um lábio para o outro até se transformar em poesia
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Hábitos de Ternura
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Deitar-me ao teu lado para ficar ao mesmo nível do teu sono e dizer-te, com palavras simples, o silêncio de uma boca em grito
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Hábitos de Ternura
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
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