segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

sábado, 17 de dezembro de 2011

sábado, 10 de dezembro de 2011

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A palavra tece o seu próprio delito.

sábado, 3 de dezembro de 2011

domingo, 27 de novembro de 2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Interrogatória

E se as palavras desaguassem no corpo das pedras, quantas imagens ficariam à margem do coração?

E se adormecêssemos encostados ao relento um do outro, por quantos anos viveríamos juntos no mesmo abraço?

E se guardássemos o sol nos bolsos, com que mãos haveríamos de amachucar a luz como se fosse uma folha de rascunho em véspera de poesia?

Pergunto-te.

domingo, 20 de novembro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

sábado, 12 de novembro de 2011

Diverso

A verdade, seja ela qual for, vou devolvê-la ao rio devoluto no fundo dos teus olhos. Pode ser que os meus, cansados de te amar à primeira vista, se transformem em horóscopos d´água e se deixem ficar, por mais uma noite, límpidos. Se tal não acontecer, paciência.

Porque tu, amor, tu e todas as máscaras pintadas a lápis de cor, são bengalas que se movem sozinhas dentro dos meus passos, são insónias que hão-de amadurecer e cair de sono à cabeceira da cama, quando elevarmos a verdade ao infinito e não restar outro caminho, senão apelarmos à memória para nos salvar da indiferença.

domingo, 30 de outubro de 2011

domingo, 23 de outubro de 2011

sábado, 22 de outubro de 2011

Amormecer

sábado, 15 de outubro de 2011

Germinação
Ainda que plantássemos
respiração nos vasos sanguíneos
nem assim saberíamos germinar sem a ajuda da poesia,
a não ser que as palavras se rebentassem
a um grito de distância da boca.  

sábado, 1 de outubro de 2011

terça-feira, 27 de setembro de 2011

domingo, 25 de setembro de 2011

sábado, 24 de setembro de 2011

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Prosaria
Apago com luz estrelas que aguardam que o sol friolentamente se dilua no céu e faça luar o teu nome. Apago com palavras aquelas noites em que o sono não pega em ti e adormecemos de abraços dados cada um com o seu lugar marcado. À hora da poesia. Não faças distância perto de mim. Já não temos juízo nem idade para mastigar saudades.
À hora da poesia.
És tu o poema. Engole estes versos que te dou sob a forma de tranquilizante para curar a arritmia dos dias feitos de sonhar. Negra-me a pele. Endireita o caminho enquanto atraverso o poema de um lado ao outro e dá-me tempo para temperar a impaciência.
À hora da poesia.
Farei silêncio grelhado com pedaços de lua cheia. Farei carícias enlatadas e cachos de manga com sabor a fruta. Se restar fôlego. Farei crepúsculo cozido com fragmentos de nevoeiro. Não. Tudo menos crepúsculo. A última vez que fiz deixei queimar as horas dentro da panela. Quando destapei o tempo já não havia minutos que chegassem para namorar prazeres.
À hora da poesia.
É o teu alguém que acontece em mim como se não tivesse acontecido nada. É o idoso que vou sendo cada vez que a idade celebra mais um ano. É despertar com os teus sorrisos os sorrisos que ainda não ousas. São antídotos fora do alcance da fala. São botões de emergência preguiçosos. São braços entrelançados no peito.
À hora da poesia.
Escrever-te-ei em prosa para que possas tomar cada verso como um banho de cascata no coração. Respirar profundo o mar de hoje rente à linha do horizontem. Descascar a loucura ao ritmo de um grito definitivo e descalçar ilusões antes que seja tarde para recuperar a realidade.
À hora da poesia.
Quem te mandou a ti ensaboar o corpo com insultos de amor? Quem te rasgou poemas nos olhos apenas pelo simples facto de serem cascas de relâmpago colados à pele? À hora de bater asas na cara de outros voos. Quem te mandou assaltar trapézios com a altura de um céu? Quem me virá acudir se me acontecer um poema e tu não tiveres mais poesia para encher versos? Quem sacudiu lençóis de água à varanda da minha sede? Quem te vai emprestar os meus lábios quando os teus já não tiverem mais beijos para gastar?
Eu. Eu que te julgava um poema? Não! Tudo menos poemas.
Hoje sei que à vista desarmada a poesia é realidade que acontece quando não se tem outra ilusão. Mas. O que importa escrever assim ou assado se conservo em mim a dádiva de ser alado como um pássaro voando na direcção correcta?
"Prosaria"
na voz de José-António Moreira, “Sons da Escrita”.
Vídeo/Prémio
atribuído pelo “
Clube dos Poetas Vivos”.
Grato a Otília Martel e ao Luís Milhano pela criação e organização do Passatempo “Viver a Poesia” .

sábado, 13 de agosto de 2011

Diminuto

São horas de apanhar o primeiro transporte público
que se atravessar no meu atraso.


Mas
por favor, deixa-me
pelo menos por agora
tentar ordenar os ponteiros deste relógio insustentável
em cujo tempo se privou de me transportar.



Das mãos
é preciso exigir mais qualquer coisa
além dum mero adeus
um verbo qualquer
que dê, pelo menos, para comprar o pão de cada verso.



Por hoje
permite-me que vá
devagar
para que a poesia
onde quer que apareça
possa ter a duração de uma pedra
por mais um minuto
desmesuradamente finito.
Inefável.



Com que lábios te vais defender dos meus beijos
aí, onde nenhum passado nos põe a salvo da memória?



Deixa-me fazer um minuto de poesia
em nome dos pássaros
abandonadamente suspensos
em linhas de voo.



Um minuto de poesia
apenas um bocado
o suficiente para flutuvoar rente às ondas
pingando indefesas
à beira da sede.



Fazer um minuto de poesia
como se o silêncio doesse mais alto
que as próprias palavras.



Repetir incansavelmente o mesmo verso
até que o poema se canse de ser diferente.



Amormecer no teu colo
e poesiar-me por todos os lados
enquanto as sonolências perto da tua voz
me dizem baixinho, muito baixinho
quase em segredo:



Poesia
é o prazer que nos acompanha
quando se escreve em legítima defesa da solidão.


domingo, 7 de agosto de 2011

domingo, 31 de julho de 2011

sexta-feira, 15 de julho de 2011

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O tempo encarregar-se-á de arrumar os passos que deixas espalhados pelo chão...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Levantei-me tentando afastar o sono do rosto com as mãos. O corpo cambaleante, vagaroso. Que horas são? Dei uma olhadela no relógio. Faltam 360 graus de poesia para a vida começar. Seja como for, ainda é cedo. Descalcei o tapete por baixo dos pés e dirige-me à cozinha. Passei o rascunho a limpo no lava-loiça. Esfreguei-lhe as sílabas até ficarem quase tónicas. O que aconteceu? Aparentemente, nada. Quando o vazio flutua à tona das palavras o melhor é abrandar a escrita para que os sentimentos não se sujem com pautas de silêncio.
Coloquei a folha em cima da mesa. Deixei-me estar à beira do texto em vez de sacudir a imaginação. Se conseguíssemos domar o vento, talvez fosse fácil roubar do mundo a eternidade e distribuí-la às borboletas. E depois? Depois andaríamos de máquina fotográfica ao ombro como se o poema, enfim, fosse um lugar fotografável, no qual pudéssemos captar mais qualquer coisa além da realidade.
Dirijo-me à janela. Isto é, abro a palavra na ânsia de me arejar por dentro. Avanço em direcção às margens sem olhar para os lados. Avanço com vontade de arregaçar as mangas e mergulhar Tejo a dentro mesmo sabendo que nem todos os rios sabem nadar. Avanço de versículo em versículo disposto a aceitar a vida, instante que nos convida a ser felizes, embora sejamos infinitamente provisórios. Avanço tentando pendurar a voz na corda vocal mais perto da língua, pois cansei-me por descarregar frases sinuosas sobre pedras como se a poesia fosse apenas uma grande mala carregada de cansaço.
Cheguei. Agora, deixem-me terminar o poema, não sei por onde começar. Mas que poema? Que palavra? Que caminho é esse que nos faz andar de um beijo para o outro à procura de um abraço? Pode lá ser poesia uma coisas destas!

sábado, 21 de maio de 2011

Pétala de pedra


sábado, 7 de maio de 2011

quinta-feira, 21 de abril de 2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Lonjura
Se te perguntarem quem descascou as pedras e hoje atira os seus gomos contra os rios que se recusam a fazer amor com as palavras, diz-lhes que não estou. Saí. Fui mergulhar as mãos noutro lugar perto da tua ausência. De que serve, agora, tentar escrever uma gota d´água sem molhar os dedos?

Palavras são corpos em solidão…

Fui aprender a fotografar lábios escritos em pedras tão pesadas como se tivessem mil beijos dentro. De que vale lonjuriar memórias, o tempo encarregar-se-á de apagar as ruas que deixaste espalhadas pelo chão.

Hoje, regresso-me pelos meus próprios passos…

Se te perguntarem se há por aí poesia que não seja apenas isto, conta-lhes a verdade. Atira os versos imaturos para o armário ou larga-os no fim da página. Longe, muito longe como se a distância fosse uma gaveta fora do lugar. Diz-lhes com toda a tua voz: “Aqui é o meu poema!”

Distância é o momento mais perto de ti…

segunda-feira, 21 de março de 2011

segunda-feira, 7 de março de 2011

terça-feira, 1 de março de 2011

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Incólume

Agasalha a memória com lençóis de papel para não constipar a imaginação. Põe palavras ao lume e quando o poema começar a fer ver nos teus olhos troca-o por um doer mais brando e espalha cascas de ilusão em cada estrofe. Quero escorregar de sono e cair ileso nos teus braços. Mas por enquanto.
Por enquanto borboleta-me. Faz-me pousar lentamente sobre a paisagem que a si própria se vai desenhando no ar. Andorinha-me num voo sem peso. Fica comigo só mais um poema. Só mais um pé de aço de lenha. As asas. Essas não deites fora se na boca ainda tiveres bocados de solidão à procura do endereço dos meus lábios.

Aliás. Deita tudo fora! Sozinho-me bem sem ti.
Quero lá saber dos gestos suculentos com que despias noites enquanto me amordançavas os sentidos de um lado para o outro. Quero lá saber das vírgulas que não coloquei no coração por falta de espaço.
É o teu sonho que me interessa!
Mas sabes uma coisa. É engraçado como todos os caminhos se apagam quando os pés não sabem que direcção seguir. Do que dissemos só consigo lembrar este amo-te guardado entre a garganta e a voz que antecede o grito. Que antecede a chuva quando queres beber palavra e não encontras o copo onde largaste a sede. Quando queres digerir verso e não descobres o lugar onde a fome se esconde. De tudo o que dissemos. Ó amor. Só lembro vírgulas e no entanto ainda falta quilómetro e meio de ternura para que a vida se torne última morada das nossas memórias.
Se um dia nos envelhecermos um do outro. Pelo menos lembra-te que até as nuvens adormecem quando o peso do sono é superior ao da razão do choro. Lembra-te. Ninguém atrasa tempo a não ser para iludir os anos que traz diluídos no corpo. Ninguém boceja beijos que não deu se na boca tiver bocados de ilusão à procura de outra boca.
O agasalho emprestá-lo-ei a quem não tiver onde habitar o seu próprio vazio ao cair do sonho.
Descobre-me. Não te preocupes se a imaginação se constipar numa página em branco. Incólume.
Ninguém chega ao amor senão pela poesia!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Quando te perguntarem o que é a poesia. Responde-lhes com poemas que tenham versos curtos. Que sejam límpidos e diáfanos e que não cedam a metáforas inúteis em pose de bom gosto!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

domingo, 23 de janeiro de 2011

sábado, 22 de janeiro de 2011

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

sábado, 8 de janeiro de 2011

domingo, 2 de janeiro de 2011